POLÍCIA VENEZUELANA IMPEDIU CENTENAS DE ADVOGADOS E ESTUDANTES DE DIREITO DE SE MANIFESTAREM - VENEZUELA
23/05/14

Funcionários policiais e militares impediram ontem centenas de advogados e estudantes de Direito de se manifestarem junto do Ministério Público, em Caracas, para entregar um documento exigindo respeito pela profissão.

Os profissionais do Direito pretendiam ainda pedir pela libertação de advogados detidos, expressar o seu descontento relativamente a aspetos relacionados com o "livre exercício da profissão" e exigir "um país melhor".

Envergando togas, os manifestantes concentraram-se na Avenida Paez de El Paraíso, a oeste de Caracas, junto da sede do Colégio Nacional de Advogados (CNA), o organismo venezuelano equivalente à Ordem dos Advogados, a partir de onde pretendiam ir até ao Ministério Público, em Parque Carabobo, no centro da capital venezuelana.

No entanto foram cercados por vários cordões da Polícia Nacional Bolivariana que os impediu de circular, pelo que realizaram uma assembleia junto do CNA.

"Estamos a exercer o direito constitucional de protestar. Nós dissemos aos senhores das forças de segurança pública que marcharíamos apenas pelo passeio mas estão fazendo algo grave, estão a impedir-nos de circular pela avenida. Eles estão a reprimir os direitos dos cidadãos", disse a presidente do CNA à imprensa.

Segundo Ivette Lugo, os funcionários policiais e militares devem "dedicar-se à segurança dos cidadãos e não a impedir que estes exerçam os seus direitos".

Fontes não oficiais dão conta que o bloqueio aos manifestantes se deveu a instruções superiores, porque a "Marcha das Togas", com ficou conhecida, não estava autorizada. No entanto os organizadores da marcha insistem que notificaram as autoridades municipais e solicitaram a autorização correspondente.

Várias pessoas de El Paraíso queixaram-se de que além de impedir a manifestação os polícias impediram também os trabalhadores de estabelecimentos comerciais e residentes de se aproximar da zona.

A localidades de El Paraíso e Parque Carabobo estão situadas em Libertador, um município presidido pelo socialista Jorge Rodríguez, frequentemente acusado de negar autorizações para manifestações na área da sua jurisdição.

(Fonte: Agência Lusa) - JusJornal